O Céu se pinta de laranja e carmim
A metrópole anoitece agitada,
Passos apressados em busca do lar
Para abrandar a lassidão da jornada.
As lutas da lidas são ardorosas
Mas absolvem a alma a contento,
Afinal, o pago é a sobrevivência
Nesta selva de duros tormentos.
A cidade se apaga no sono irrequieto
Por todo lado a incoerência é real,
Mendigos se apertam embaixo da ponte
Os ricos inventam uma vida normal.
Os burgueses se acreditam felizes
Mas deparam com a fome a cada esquina
E aquele manjar farto já não satisfaz,
Reflete o suplício de uma pobre menina.
Vai, sociedade, insensível e desumana!
Cuide de seus filhos, divida seu pão,
Não se faça de impiedosa e maldita,
Ofereça dignidade, estenda a mão!