quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vida de Poeta


Nos calos cravados nas mãos,
Estórias de amarguras e amores.
Contos loucos de paixão,
Com toda extensão de sabores.

Moças recatadas e fugidias,
Passeiam nos pensamentos.
As palavras saem cruas e frias,
- De repente, é contentamento!

Vida de poeta é tormento
Traduzir sentimentos e dor.
Trovas afloram a todo momento,
O desejo é transformá-las em amor.

O olhar está sempre vago
A contemplar a imensidão.
Esquiva-se de um dito amargo,
Pensando nos pares que se dão.

No crepúsculo laranja que se faz,
Cada dia é fonte de inspiração.
Tudo em redor se compraz
E os versos pululam em turbilhão.

Benditos poetas apaixonados
E sisudos que choram em odes.
Floreiam a vida dos enamorados,
Aludindo os mais belos acordes.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Desiguladade Urbana


O Céu se pinta de laranja e carmim
A metrópole anoitece agitada,
Passos apressados em busca do lar
Para abrandar a lassidão da jornada.

As lutas da lidas são ardorosas
Mas absolvem a alma a contento,
Afinal, o pago é a sobrevivência
Nesta selva de duros tormentos.

A cidade se apaga no sono irrequieto
Por todo lado a incoerência é real,
Mendigos se apertam embaixo da ponte
Os ricos inventam uma vida normal.

Os burgueses se acreditam felizes
Mas deparam com a fome a cada esquina
E aquele manjar farto já não satisfaz,
Reflete o suplício de uma pobre menina.

Vai, sociedade, insensível e desumana!
Cuide de seus filhos, divida seu pão,
Não se faça de impiedosa e maldita,
Ofereça dignidade, estenda a mão!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Desvario

Vivo em desatino,
Presa pela louca fantasia
Que me espreita,
Pronta a lançar o meu destino.

Covardemente encolhida,
Assustada,
Solto um grito ensurdecedor
Vindo das entranhas
Que me arranha
A garganta maculada,
Fala inútil, insensata.

Vivo aflita
A mirar...
Os olhos apáticos,
A espera de guarida.

Pés inermes
Recusam-se a correr
Envoltos na corda
Imaginária,
Que aperta a sandália,
Queima e machuca
A pele frouxa e abatida.

Vivo, mas a morte
Avassala e vigia,
Impondo um duelo atroz,
Entre meu fraco e minha sorte.

Já não ajuízo,
Pois as imagens se misturam
Transformando em medo
A lembrança do óbito
Que ainda não veio.
Sinto esvair-se todo o meu brio e
Rendo-me insana ao cruel desvario.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

E chega segunda-feira...

5:00 de uma manhã chuvosa... hum... não é de todo ruim, a não pelo fato de ser segunda-feira! Caramba, edredom quentinho, pezinho do amado roçando e uma vozinha chamando, papai... penso: ainda bem que chamou o papai, mas é claro como não podia deixar de ser, lá vem ela, no “alto dos seus dois aninhos”, toda feliz como se nem estivesse fazendo frio, sobe na cama e começa as estripulias, passa o bracinho embaixo da minha cabeça, faz carinhos, beija e fala que estou quentinha! É uma delícia, sem noção! Não posso deixar de falar dos cabelos emaranhados e do cheirinho que só a mãe percebe de sua cria de manhã, tirando o bafinho, é claro...kkk. Abraça, daqui, beija dali, chutes, fala que a cama está apertada (como é espaçosa), chama papai, chama mamãe, um vuco-vuco só... e de repente... despertador! “Peraí”, quem inventou isso? Quem disse que temos que ter horário pra tudo? Pra trabalhar, pra comer, e até pra curtir um momento incrível destes? Este cara que inventou o relógio, onde tudo deve ser cronometrado, nunca deve ter sentido um prazer deste na vida! Imagine se pudéssemos fazer as coisas na hora em que fosse mais aprazível? Porque trabalhar não é ruim, cuidar das nossas coisas, das contas, dos filhos, dar um telefonema pra um amigo, cuidar da saúde, e tantas outras atividades do cotidiano, tudo é importante e faz parte da vida, mas precisa ser com hora marcada? Precisa, né... senão vira bagunça, então chega, porque está na hora de levantar e fazer um monte de coisas, inclusive e principalmente, trabalhar... então bom dia, bom trabalho, boa vida pra você!!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vai idade



Gira mundo na ciranda da
Epopéia tresloucada
Invadida por ações inusitadas
Versadas em páginas esgarçadas,
Repleta de sentimentos
Por decrépitos sorridentes,
Inocentes, já sem dentes
Que vacilam nas ladeiras
Vai e vem de vaidades,
Instaladas em rugas fundas
Inundadas de vivências
Arrancadas das entranhas
Dos senis aventureiros,
Na levada de uma vida
Estendida e sulcada
Nos guardados da mente
Que oscilam e pelejam
Em manter-se enlevadas
Nas idéias
- já tão passadas,
Lástima e saudade
Passado, presente...
E o futuro quem garante?
Cada dia é novidade e vitória
E espera...
De não ter tão logo,
Que chegar-se ao jazigo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009


O caminho

Todo o nosso caminhar deve estar voltado para o Criador de todas as coisas, observarmos a manifestação de sua grandeza nas coisas mais singelas do cotidiano. Não deixar passar despercebido nem uma leve brisa que toca nosso rosto, pois esta simples brisa é a pura e escancarada revelação da glória de Deus.

Devemos sim, agradecer a todo instante a beleza da vida, da natureza, do amor, da amizade e procurar sermos pessoas melhores e para tanto, precisamos de um relacionamento direto com Deus, nosso amado criador.

Enlevar nossos corações a Ele é essencial para encontrarmos o caminho, caminho este que nos leva para o alvo, que é Cristo, que é quem nos conforta, enche de graça e de paz, e, nos faz, mesmo em momentos de dor e sacrifício, sermos gratos e encontrarmos força para continuar a nossa longa caminhada!

Cada passo em direção ao “amanhã” é conhecido e controlado pelo nosso Pai, que com grande amor nos supre todos os dias começando pelo ar que respiramos, por isso, é necessário seguirmos firmes pelo caminho da alegria, da verdade e do amor.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caminhos...



Tantos são os caminhos que se apresentam
E os percalços sempre a nos fazer tropeçar,
Mas quando cansados das duras pedras,
Buscamos em Deus um novo despertar
Para nos realizarmos num amanhã diferente,
Entre a vaidade do querer e o verdadeiro amar.

De repente uma luz no caminho se acende
No coração que ansiava uma vida abundante,
Palavras são estampadas no fundo dos olhos
E o brilho antes ausente, se torna constante
Quando as palavras vindas do Pai trazem a vida
Se tornam valiosas e eternas como diamantes.

Que contentamento ao sentir o amor de Deus!
Em outros caminhos que se abrem à nossa frente,
Cheios de júbilo passam a ser os dias
Na alegria do amor de Deus que é latente,
Passo a passo tudo se transforma,
Porque nos tornamos mais contentes.

No vigor da fé que preenche a alma
O trilho ofertado é seguro e certo
A paz que invade o coração arrebata
Exultando o amor por completo,
Seguir adiante deleitando no caminho
Sentindo que de cuidado estamos cobertos.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Mente E Coração

Ah
Como é bom poder
Aos pés da cruz
Depositar
Este meu fardo
Pesado e árduo
De carregar

E não ter que andar
Ansioso de nada senão
A Deus tudo levar
Grata e súplice oração
E a paz de Deus então
Mente e coração guardará
Em Cristo Jesus

Ah
Como é bom poder
Aos pés da cruz
Depositar
Este meu fardo
Pesado e árduo
De carregar

E não ter que andar
Ansioso de nada senão
Sobre Ele lançar
Cada problema, cada aflição
E a paz de Deus então
Mente e coração guardará
Em Cristo Jesus

Ah
Como é bom poder
Como é bom saber

Vencedores Por Cristo
Composição: Guilherme Kerr Neto

quinta-feira, 26 de março de 2009

Sobre o humor...

A despeito dos nossos problemas, pois todos os temos, devemos sempre cultivar o bom humor. Não de forma boçal no intuito de agradar, mas de forma natural, simples. Forçar o bom humor pode às vezes ser mais desastroso do que demonstrar rasgadamente o mal humor. Também se achegar as pessoas, seja em qualquer ambiente, no trabalho, em casa, na escola, na fila do banco, não importa, descarregando suas agruras, demonstra egoísmo, como se apenas aquela pessoa tivesse dificuldades na vida. Nada pior que alguém chegar ao trabalho, por exemplo, não cumprimentar os colegas e a qualquer comentário soltar uma má-criação, deixando claramente o recado, "não mexam comigo porque hoje não tô bom". É sabido que todos têm “dias ruins”, isso não impede que a pessoa se esforce para melhorar a cada minuto ou no mínimo, ser educado. Uma boa tática é colocar-se no lugar do outro; outra maneira de amenizar o mal dia que se está passando é ficar introspectivo, não carrancudo, buscar a solução do problema ao invés de remoê-lo e transparecê-lo para os que estão ao redor. Deixe-se levar pelas atividades corriqueiras, invista em enriquecer o cotidiano com gestos agradáveis. Arrisque um sorriso, ele será devolvido no ato. Portanto, vale a máxima popular: “quem semeia ventos, colhe tempestades!”

terça-feira, 24 de março de 2009

Linhas...


Traço em paralelo
Duas linhas...
Uma do passado,
Outra do futuro...

A linha do passado
É tortuosa, mas, colorida...
Contraditória,
Cheia de história,
Ora rosa,
Ora vermelha,
Ora negra...
Ora, ora...

A do futuro, diáfana
Quase invisível
Ás vezes reta,
Outras, arredia.
Imperceptível...
Incerta...
Correta...
Indefinida!

E ali, bem escondido
Em frente aos olhos aflitos...
Fundo no coração aturdido
Um presente vivaz,
De esperanças contidas
Saudades e presságios,
Estágio ou fábula,
Nostalgias e expectativas,
Vida rica de quero mais...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Contradição

Passatempo que passa lento

Leva tormento além do vento

Sopra no espaço palavras ácidas,

Atropela o limite com insana valentia.

Anseia vivência mais abstrata

Jorra o redemoinho de cores altivas,

Um céu estelar sustenha o lusco-fusco

Para brilhar sobre a trilha da ira

Que confunde o rosto dos inocentes

Marcados sensivelmente

Pela canção que toca lenta nos ouvidos,

Com gotas de solidão a derramar devagar

Sobre a aura casta que abriga o tempo.

Quem caminhar sobre a areia fina

E expor sua face à bruma leve da brisa,

Há de sentir o fluxo inerte do cotidiano

Que se deixa levar e deixa para trás,

As prisões dos pensamentos soturnos

Que insistem em denegrir uma era

De exultações cobertas por alegorias

E vicissitudes que estreitam os caminhos.

Mesmo assim, o tempo corre, lento...

Numa eterna contradição,

Como se todos tivessem tempo

Para as injúrias ou tristes lamentos,

Na atmosfera carregada do torpor dos incensos.

Vãs cadeias que apertam os pulsos,

Pois há de soltá-los logo adiante,

Já que o futuro é agora e esvaiu-se,

Como uma onda que quebra na praia

Para recomeçar uma busca constante

Sempre a contemplar o momento por vir

Tornando escravas do relógio,

As mãos distraídas que constroem sua sorte

Seguem esquecidas e enfraquecidas,

rumo a morte...

Prontamente ou mais adiante,

Para descansar eternamente

Nos braços do tempo, infinitamente...

Quando o sentimento é forte, verdadeiro, latente, as palavras faltam, aliás, elas são quase desnecessárias. Um toque suave, o olhar profundo, o cheiro que exala e a percepção do outro, é o que conta... As palavras? Podem e devem ser sussurradas, sem sentido, mas com paixão e entrega.
Um leve sopro na orelha, um suspirar entre cabelos, um abraço intenso, fala mais alto que qualquer coisa a ser dita e ai o sussurrar é poesia, é arrepio...

Tenha um dia cheio de amor!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Estou tentando voltar devarinho, o tempo é curto, a vida é corrida, é que se ouve o tempo todo. Mas pretendo escrever mais, postar mais e também preciso dos amigos. Estamos entrando no feriadão. Pra mim, tempo de reflexão e muito trabalho da faculdade, provavelmente vou aparecer por aqui. Aproveitem o feriado com responsabilidade! Deixo um poemínimo, só pra não perder o costume...


Abandono

Penso, logo desisto
Minha vida sem você
Corre sério risco.
Beijos a todos!

No mundo da cibernética...

A modernidade está ai exalando nos poros de todos, o tempo todo, tudo está na “rede”, tudo que se quer saber, ver, conhecer, basta um clique e lá estamos nós, nos inteirando do assunto. Dinossauros, astronautas, plantas, crianças, doenças, corrupção, educação e infinidades de temas. Assuntos antes proibidos em épocas de ditadura hoje, estão escancarados. Somos pós-modernos, contemporâneos...ops, esqueci-me do Orkut e afins, lá deparamos com toda sorte de pessoas, fakes, comunidades, variedades, o mundo cibernético totalmente aberto e atrativo. Nem os veteranos escapam das garras das redes de relacionamentos e sabem por quê? Lá encontramos nossas relíquias! Isso mesmo, escolas que estudamos na infância, amigos que não víamos há “trocentos” anos, professores queridos, muitos que nem estão mais entre nós. Ah! ai sim, a identificação é imediata e os veteranos se vêem às voltas com o mundo da net, todos os dias, os dedos ágeis, claro, melhor que muita gente, passamos nossa adolescência em frente a uma Remington, os artelhos doloridos pelo esforço que fazíamos para ver uma palavra aparecer no papel. Revivemos tudo, e começamos uma troca de informações ávidas e descobrimos que aquele menino franzino apático que sentava no cantinho da sala e carregava a bolsa da professora, tornou-se um executivo de sucesso e aquela menina, linda, inteligente, estudiosa, que sentava na primeira fila, tornou-se uma dona de casa, cheia de filhos, mudou-se pra Jampruca por causa do marido e seu contato com o mundo externo é a net onde ela se acaba, como e quisesse dizer, olha, sou ultrapassada, mas ainda estou viva! Isto, sem falar nos amores do passado que vamos descobrindo e a curiosidade de saber como estão, o que fazem, se casaram... e por ai vai, a bisbilhotice não tem fim, é como aquelas correntes que nos mandam, um vai passando pro outro que vai encontrando ao longo do caminho até o momento em que um fala ”temos que nos encontrar”. Acabou. Parou por ai, perdeu o encanto, por que na verdade, ninguém quer se encontrar efetivamente, o que se quer mesmo, é relembrar, reviver, mas de forma lúdica e virtual, no exato sentido da palavra. O encontrar em si, não é tão importante, o que se quer é saber o que foi feito dos sonhos das pessoas que um dia fizerem parte de nossas vidas. Uns vão se perdendo novamente, alguns até se encontram, mas para a maioria o que fica mesmo são as lembranças, aquele recados esporádicos e vez por outra surge a mesma frase “precisamos nos encontrar...” até se perderem novamente.